terça-feira, 13 de novembro de 2012

Um atacante TOP...


Por Nelson Oliveira

No fim de semana passado, a Juventus perdeu o Derby d’Italia para a Inter e a grande atuação de Diego Milito deixou escancarado o grande problema da equipe: falta um atacante goleador. Ou, talvez, faltava. E quem pode ocupar essa vaga é um sujeito inesperado: Fabio Quagliarella.

Quagliarella estava relegado ao banco de reservas. No início da temporada, era a última das opções de ataque da Juve, atrás de Vucinic, Giovinco, Matri e Bendtner, nessa ordem. Jogava um pouco mais que os dois últimos por causa de seus problemas físicos. Contra a Inter, entrou faltando 12 minutos para o fim e colocou fogo no jogo, o suficiente para ser titular na partida seguinte, ante o Pescara. No sábado, participou de cinco dos seis gols da equipe, que goleou o caçula por 6 a 1: marcou três gols e deu duas assistências, mais do que todos os outros atacantes juventinos já haviam feito no campeonato, inteiro até aquele momento.

Na semana em que voltou a abrir quatro pontos na liderança, a redenção de Quagliarella é a melhor notícia para a Juventus, uma equipe que tem um jogo coletivo muito eficiente, mas carece de um jogador para decidir as partidas. 12 jogadores diferentes já haviam marcado para a equipe, o que é importante, mas até a última semana, o artilheiro do time era o meio-campista Arturo Vidal, com quatro gols. O vice-artilheiro era Pirlo, com três, ao lado do próprio Quagliarella.

Graças à participação do atacante, Vidal marcou mais um e Giovinco subiu à cota de quatro gols na temporada, enquanto ele próprio, com apenas 394 minutos jogados no campeonato, chegou a seis. A média de gols por minuto é excelente: um a cada 66. Com apenas doze rodadas, Quagliarella já superou sua marca do ano passado, quando, em 23 partidas pela Velha Senhora, marcou apenas quatro vezes.

Quagliarella nunca foi um atacante matador e, por isso, sempre foi visto por Antonio Conte como um concorrente a Giovinco ao posto de segundo atacante. Os números, por outro lado, não são tímidos, se considerarmos que ele não é centroavante e tem como características o jogo pelos lados do campo ou como suporte ao atacante goleador. Em sua melhor temporada, a de 2008-09, quando atuava pela Udinese, marcou 21 gols, 13 deles na Serie A. Em outra oportunidade, repetiu a marca, e em dois outras edições da Serie A, superou os 10 gols. Atuando apenas 17 vezes em sua primeira temporada em Turim, que acabou interrompida por grave lesão, marcou 9 vezes. Jogando mais próximo ao gol, pode fazer mais do que isso.

Entre os atacantes da Juventus, Quagliarella é o mais completo e também o mais versátil. Além de atuar bem em qualquer posição do ataque, o napolitano é muito rápido e técnico, e, por isso, pode oferecer dificuldades no mano a mano, e criar situações de vantagem numérica em contragolpes, por exemplo. Quagliarella também é um bom finalizador e marca gols de diferentes distâncias e maneiras: de cabeça, como contra o Nordjsaelland; da entrada da área, como contra a Eslováquia, pela Copa do Mundo de 2010; ou até de voleio do meio-campo, como fez pela Sampdoria contra o Chievo em 2007, marcando um golaço que lhe rendeu 100 quilos de queijo, presenteados por uma loja cujo dono torcia para a Samp. A capacidade de improvisar foi vista também contra o Pescara, quando ele completou uma cobrança de escanteio de Pirlo com um voleio, ou mesmo quando deu passe de primeira para Giovinco marcar.

Some-se a toas essas características o fato de Quagliarella querer se recuperar para o futebol. Sua saída da Juventus em janeiro era dada como praticamente certa – e se especulava uma volta para o Napoli, seu time do coração -, mas a Velha Senhora repensou sua posição. Agora, Quagliarella busca manter a forma e retornar à seleção. Desde que foi para a Juventus e passou a amargar a reserva, ele perdeu a vaga: foi convocado por Cesare Prandelli apenas três vezes.

Hoje, a concorrência é grande, mas a interação com Giovinco, que também vinha em baixa, pode ajudar os dois. Quagliarella pode ajudar o próprio Formiga Atômica a jogar melhor pela Juve, como aconteceu contra o Pescara, e, assim, voltar a vestir o manto azul. Por enquanto, vestindo branco e preto, terá de marcar gols que o façam ser o atacante decisivo que a Juventus procura. Ou procurava?




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